___________________________________________ Jornal nº 188, de 6 de Março de 1910
Moças não se enlevem Nos homens de c´rôa, Pois é um peccado Que Deus não perdoa…
Nem devem olhar P´ra quem é prelado, Que Deus não perdoa Pois é um pecado.
__________________________________________ Jornal nº 189, de 13 de Março de 1910
Dizem que não há Na terra «pardaes», De bico amarello Cada vez há mais.
D´esses «passarinhos» Ali p´r´o castello, Cada vez há mais De bico amarello.
______________________________________________ Jornal nº 190, de 20 de Março de 1910
Quem quizer ouvir Cantar o grazina, Vá domingo á missa A Santa Cath´rina…
Levante-se cedo Não tenha preguiça, A Santa Cath´rina Vá domingo á missa.
_________________________________________ Jornal nº 191, de 27 de Março de 1910
Quem quizer vêr gente Da côr do carvão, Vá dar um passeio Até S. Romão.
Vêja o nosso Sado Não tenha arreceio, Até S. Romão Vá dar um passeio.
_____________________________________ Jornal nº 192, de 3 de Abril de 1910
Quem quizer ouvir Cantar minha mana, Vá vêr uma festa A Santa Susana.
Quem santos adora E attenção lhe presta, A Santa Susana, Vá vêr uma festa.
___________________________________________ Jornal nº 193, de 10 de Abril de 1910
Estes namorados Agora de novo, Querem pôr peneiras Nos olhos do povo.
Para lhe não vêrem As suas asneiras, Nos olhos ao povo Querem pôr peneiras.
_______________________________________ Jornal nº 194, de 17 de Abril de 1910
Se quizeres saber Pergunta meu bem, O mar de fundura Quantas braças tem.
Como és curioso Meu amor procura, Quantas braças tem O mar de fundura.
_________________________________________ Jornal nº 195, de 24 de Abril de 1910
Vae-te embora amor Desculpa mandar-te, Só Deus sabe a pena Que eu tenho em deixar-te!
Um vilão maldito A tal nos condemna. Que eu tenho em deixar-te Só Deus sabe a pena1…
_________________________________________ Jornal nº 196, de 1 de Maio de 1910
Eu não venho aqui P´ra ganhar a palma. Vim só p´ra te vêr Amor da minh´alma!
Há quem se admire D´eu aqui vir ter. Amor da minh´alma Vim só p´ra te vêr!
_________________________________________ Jornal nº 197, de 8 de Maio de 1910
Já não tenho amores Já não tenho nada, P´ra mim se acabou Tudo de pancada.
´Té já como os velhos A um canto estou, Tudo de pancada P´ra mim se acabou.
_______________________________________ Jornal nº 198, de 15 de Maio de 1910
Amor se te fores Has de me levar, Na tua companha E´que quero andar.
Só porque te tenho Affeição tamanha, E´que quero andar Na tua companha.
_______________________________________ Jornal nº 199, de 22de Maio de 1910
Meu bem se te fôres Leva-me tambem, Em tua companha Eu vou muito bem.
Embora me leves Para terra extranha, Eu vou muito bem Em tua companha.
________________________________________ Jornal nº 200, de 29 de Maio de 1910
Mana Claudina Que tens que não cantas? Onde estão senhoras Não se adoram santas.
Muito embora ellas Sejam seductoras, Não se adoram santas Onde estão senhoras.
________________________________________ Jornal nº 201, de 5 de Junho de 1910
Eu tenho-te dito Tu tens teimado, Agora é que temos O caldo entornado.
Como há muitos annos Que nos conhecemos, O caldo ntornado Agora é que temos.
__________________________________________ Jornal nº 202, de 12 de Junho de 1910
Tenho o coração No peito afflicto, E´de tanta coisa Que me teem dito.
Se este passarinho Já não cae em loisa, Que me teem dito E´de tanta coisa.
__________________________________________ Jornal nº 203, de 19 de Junho de 1910
Não tenho alegria Se não em te vendo, Cada vez mais lindo Me estás parecedo.
Para mim amor E´s sempre bemvindo, Me estás parecendo Cada vez mais lindo.
______________________________________ Jornal nº 204, de 24 de Junho de 1910
Cantem moças, cantem, Cantam todas juntas, Quem sabe p´r´o anno As que são defunctas?!
_______________________________________ Jornal nº 205, de 3 de Julho de 1910
Quando eu não tinha Contractos comtigo, Vivia contente E livre de p´rigo…
Andava bem visto Pela fina gente, E livre de p´rigo Vivia contente.
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