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Jornal nº 99, 15 de Junho de 1908
Amor se te fôres
Leva-me também,
Em tua companha
Sempre eu ando bem!...
Embora só coma
Feijão e castanha,
Sempre eu ando bem
Em tua companha!...
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Jornal nº 100, 21 de Junho de 1908
O meu bem se foi,
Nem adeus me disse
Nunca tive penas
Que menos sentisse.
Como elle só gosta
De moças morenas,
Que menos sentisse
Nunca tive penas.
Jornal nº 99, 15 de Junho de 1908
Amor se te fôres
Leva-me também,
Em tua companha
Sempre eu ando bem!...
Embora só coma
Feijão e castanha,
Sempre eu ando bem
Em tua companha!...
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Jornal nº 100, 21 de Junho de 1908
O meu bem se foi,
Nem adeus me disse
Nunca tive penas
Que menos sentisse.
Como elle só gosta
De moças morenas,
Que menos sentisse
Nunca tive penas.
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Jornal nº 101, 28 de Junho de 1908
O senhor dos Martyres
Lá da carvalheira,
É o pae dos pretos
D´aquela ribeira.
S´nhor João da Costa
Quem lh´o diz sou eu!...
Se elle é pae dos pretos…
Também elle é seu.
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Jornal nº 102, 12 de Julho de 1908
Parece-me amor
Que tu me dizias:
Logo me ´screvias.
Caso te fizessem
Ir ao mel, à serra,
Logo me ´screvias
Em chegando á terra.
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Jornal nº 103, 19 de Julho de 1908
Amor dá-me um ramo
Do teu mangerico,
São obrigações
Que a dever te fico.
Satisfaz-me tu
Minhas petições,
Que a dever te fico
Mil obrigações.
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Jornal nº 104, 26 de Julho de 1908
Andam os rapazes
Dizendo p´la rua:
- Aqui móra a minha,
ali móra a tua.
A minha da tua
Vem a ser visinha.
Ali móra a tua,
Aqui móra a minha.
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Jornal nº 105, 2 de Agosto de 1908
O´Elvas, ó Elvas,
Badajoz á vista.
Já não faz milagres
S. João Baptista.
Para quem navega
No porto de Sagres,
S. João Baptista
Já não faz milagres.
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Jornal nº 106, 9 de Agosto de 1908
Emquanto não tive
Comtigo contractos,
´Stragava de menos
Um par de sapatos.
Antes d´eu gosar
Teus lindos acenos,
Um par de sapatos
´Stragava de menos.
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Jornal nº 107, 16 de Agosto de 1908
Lá em s. Mamede
Já se não diz missa,
Queimaram-se os santos
Que eram de cortiça!
Devastando o fogo
As c´roas e mantos,
Por serem de cortiça
Queimaram-se os santos.
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Jornal nº 108, 23 de Agosto de 1908
Quem quizer fazer
Um ladrão bem feito,
Alevante a fala
Não puxe do peito.
Que as notas lhe saiam
Como por escala,
Não puxe do peito
Alevante a fala.
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Jornal nº 109, 30 de Agosto de 1908
Lá em Valle de Guiso
Não se pode estar,
´Stá lá um prior
Que em todos quer dar.
Já da freguezia
Se julga senhor,
E em todos quer dar
Tão bello prior.
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Jornal nº 110, 6 de Setembro de 1908
O meu amor se foi
A´segunda feira,
Deixou-me saudades
P´r´a semana inteira.
Como foi sósinho
Vêr outras herdades,
P´r´a semana inteira
Deixou-me saudades.
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Jornal nº 111, 13 de Setembro de 1908
Senhor dos Martyres
Meu rico santinho,
Hei de convidal-o
Para meu padrinho.
Quando me casar
Irei adoral-o,
Para meu padrinho
Hei de convidal-o
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Jornal nº 112, 20 de Setembro de 1908
Se algum dia fores
A´salvada á missa,
Emprega os teus olhos
N´uma campaniça.
Se quer´s que te tenham
Amisade, aos molhos,
N´uma campaniça
Emprega os teus olhos.
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Jornal nº 113, 27 de Setembro de 1908
Já não tenho pae,
Nem mãe, nem ninguém,
Sou um desgraçado
Que´este mundo tem!
Nem tenho parentes
Por quem seja olhado,
Qu´este mundo tem
Mais um desgraçado!
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Jornal nº 114, 4 de Outubro de 1908
Pega na viola
Fal-a retinir,
Meu amor ´stá longe
Fal-o aqui vir.
´Stando em companhia
D´um beato monge
Fal-o aqui vir,
Meu amor ´stá longe.
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